quarta-feira, 25 de maio de 2011

Planta de Piracanjuba é a grande campeã da Exposição

Em busca novas plantas, dicas de cultivo ou simples apreciação, 35 mil pessoas visitaram Exposição Nacional

O cheiro forte que vem da mistura de perfumes exalados por milhares de flores é o primeiro impacto sofrido por quem visita uma Exposição de Orquídeas pela primeira vez. E logo após receber esse forte estímulo olfativo o visitante começa a ser bombardeado por repetidas mensagens, que desta vez chegam através da visão. Uma após a outra, centenas de orquídeas enfileiradas em intermináveis prateleiras. Plantas em tamanhos, cores e formatos diferentes, divididas em quatro categorias: espécie, híbrida, exótica e botânica. Algumas robustas, exuberantes e imponentes e outras delicadas, pequeninas e frágeis. Um mundo de informações, cheio de mistérios, segredos e curiosidades que pode proporcionar uma viagem espetacular à que muitos se entregam por completo, desde a primeira vez.




Auristela Elias e Leôncio Elias

É o caso do orquidófilo Vanderly Inácio de Assis que começou a se interessar pela orquidofilia há seis anos e hoje possui mais de 600 plantas. Ele e a esposa, Magna Assis, foram os vencedores do prêmio de melhor planta da Exposição de Orquídeas de Piracanjuba, com uma Cattleya Percivaliana Tipo, um espetáculo da natureza. Morador de São Miguel do Passa Quatro, mas inscrito na Associação de Piracanjuba, Vanderly é tão apaixonado por orquídeas que ao receber o incentivo de ter uma planta no pódio se exaltou ainda mais e confessou ter adquirido 260 espécies nos três dias da exposição. E assim como muitos colegas de hobby, o seu maior prazer, além de ver as orquídeas florirem, é trocar espécies. “As vezes troco dez em troca de uma”, revela.


Nilva e Divina Galvão, vieram de Marzagão.







Seja para trocar várias plantas por uma, boas por melhores, conhecer novas espécies, ampliar o plantel, fazer amigos ou simplesmente apreciar a beleza das flores, os amantes da natureza sempre encontram um motivo para visitar uma Exposição. Vencedores do segundo e terceiro lugar na categoria híbrido, com as plantas Blc. Melody Fair “Carol” e um cruzamento de Blc. Erica Porto X Blc. Floralia Triunph, os orquidófilos Auristela Elias, Leôncio Elias, e João César Najm, por exemplo, viajam todos os fins de semana para participar de Exposições de Orquídeas por todo País. Para chegar à Capital Goiana das Orquídeas, percorreram 530 km, de Catanduva até o interior de Goiás, em oito horas de viagem. “Todos os fim de semana participamos de uma Exposição e sempre temos a alegria de ter uma planta no pódio”, conta João César, que se orgulha em revelar que seu orquidário, em São Paulo, possui plantas que podem valer até R$ 7 mil reais.

Embora alguns orquidófilos conheçam exatamente o valor financeiro de suas plantas, muitos visitantes de uma Exposição de Orquídeas são levados pelo simples prazer do cultivo. A professora Nilva Maria Rodrigues, por exemplo, apesar de não fazer parte de nenhuma associação de cultivadores, exibe orgulhosa pelo celular a foto de uma touceira enorme e florida de Cattleya Walkeriana que cultiva em seu quintal. Nilva e a amiga Divina Galvão viajaram mais de 100 km com o objetivo de adquirir novas espécies. Mas além disso, as amigas também aproveitam a viagem para, entre a compra de uma planta e outra, descobrir dicas de cultivo, já que muitas plantas requerem cuidados redobrados por não serem habituadas ao clima da região.

Orquidófila Cecília Webe
Boas compras – Nem sempre comprar a planta mais bonita do evento é a melhor opção. O que pode parecer um bom negócio pode se tornar uma decepção. E quem chama a atenção para algumas técnicas na hora de adquirir plantas em uma Exposição é a orquidófila piracanjubense, Cecília Webe. Ela afirma que gastou muito bem os R$ 400 reais que utilizou para aumentar o seu plantel. Segundo dona Cecília, a orquídea Cibidium, por exemplo, é uma planta muito difícil de cultivar em regiões quentes como Goiás. “As pessoas levam para casa e dificilmente vai florir novamente. Eu comprei oito uma vez e até joguei fora”, afirma a professora, que aconselha a preferência para as cattleyas e laelias.

Mas sobre dicas de cultivo, a verdade é que cada visitante leva consigo aquilo que acredita ser o melhor para suas plantas. Seja um adubo especial, dia certo para regras, já que as orquídeas não gostam tanto de água assim, cuidados com a prevenção de fungos, uma regra diferente que pode ser até com água fria, cuidados especiais de poda e até mesmo uma ameaça brutal. É o caso de Doralice da Costa Jorge, moradora de Goiânia e tem um gosto especial pelas plantas mini e exóticas. “Às vezes eu ameaço as minhas plantas, digo se não florir, que vou jogar fora”. E o pior é que por mais absurdatem que cuidar bem como de uma criança, ameaça suas plantas.. Marido Roberto Jorge Correia acompanha a esposa e aproveita para tirar fotos, belas fotos.



Mas se há os que são cautelosos na aquisição e pedem informações de todo tipo para o cultivo, por outro lado, há também aqueles que adquirem plantas apenas para decoração ou para dar de presente como um buquê de flores. Muitos vendedores de São Paulo explicam que é por esse motivo que trazem plantas que jamais poderiam florir e nem ao menos sobreviver em Goiás. É o caso de dona Maria Aparecida, de Goiânia. Ela e a filha estavam de passagem para Caldas Novas e aproveitaram para visitar o evento que segundo ela havia anos, tinha vontade de conhecer e ainda comprar uma planta para presentear uma amiga. “São muito lindas. Não entendo nada sobre cultivo, mas gosto de apreciar”.

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