Nova direção informa que vários investimentos foram feitos, mas a avaliação do MEC corresponde a situação da instituição no ano de 2009. “Se fosse hoje garanto que a nota não seria menos que três”, informa diretor Milton Justos.
A Faculdade de Piracanjuba (FAP) esteve em destaque no último dia 14 de janeiro ao ser a única do Estado de Goiás a receber nota 1 no IGC (Índice Geral de Cursos), que considera a qualidade dos cursos de graduação e de pós-graduação no Brasil. A maioria das instituições de Goiás avaliadas receberam nota 2, mas o destaque ficou com a FAP que foi a única que recebeu nota mínima. Nenhuma instituição de ensino superior do Estado de Goiás atingiu 5, nota máxima. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Segundo Justus, quando a FAP foi vendida, o alunado estava completamente desestimulado por uma situação em que não se sabia se fecharia ou se seria vendida. “Isso tudo refletiu, mas com a nossa chegada fizemos um trabalho diferenciado, trouxemos professores de fora, determinamos as coordenações que fossem firmes com a aplicação dos projetos pedagógicos e se fosse avaliado hoje a nota seria três, eu não tenho duvida”.
Também proprietário da Faculdade Albert Einstein, em Brasília, Milton Justos, revelou que também recebeu a informação sobre a nota da FAP no IGC através da imprensa. “Claro que recebemos com pesar, entretanto é necessário ressaltar que essa avaliação corresponde ao período de 2009 e a nova gestão se deu a partir do mês de abril deste ano, sendo que só assumimos a parte acadêmica em agosto. Essa nota não é o reflexo do trabalho que estamos desenvolvendo na faculdade”, disse o diretor.
Segundo Justus, a FAP foi prejudicada pela forma como a informação foi publicada na imprensa. “Nota 1 e 2 é a mesma coisa, 34 instituições obtiveram nota 1 e 2 e todas estão na mesma situação da FAP”. Segundo o diretor, é importante ressaltar que após assumir a administração da FAP, a nova direção tomou todas as medias necessárias para melhoria da qualidade do ensino. “Todas as instituições com nota 1 e 2 terão atenção maior por parte do MEC, que irá cobrar providências para reverter a situação. O MEC vai olhar, por exemplo, a estrutura, as condições de oferta de ensino, o regime de trabalho, a titulação do corpo docente e os projetos pedagógicos. E tudo isso nós já vínhamos fazendo desde 2009, não apenas a parte física, sala de aula e equipamentos, mas também a parte acadêmica”.
Ainda sobre a nota no IGC, Índice Geral de Cursos, Milton explica que muitas vezes não existe um comprometimento do aluno de fazer uma boa prova porque o que está em jogo é a instituição que ele está levando para o resto da vida, na hora de escolher os alunos para fazer a prova de avaliação, o MEC não leva em consideração se o aluno escolhido é um estudante comprometido ou não. “Nós estamos rechaçando de forma veemente a metodologia da aplicação deste exame”, declara Justus adiantando que não fará o questionamento de forma isolada. “Vamos fazer junto ao Sindicato das mantenedoras e faculdades particulares”.
Segundo o diretor, a imagem da instituição está prejudicada, entretanto, afirma que: “da nossa chegada até os anos que se seguem nosso projeto é de melhorias constantes. Para ficar muito claro nosso objetivo é consolidar os cursos existentes, também temos a proposta de abrir novos cursos, queremos transformar a FAP e fazer de Piracanjuba uma referência no campo educacional. A Faculdade passa por uma constante mudança, vamos construir um auditório e um ginásio de esportes e tudo está dentro de um cronograma de trabalho que estamos fazendo. Além disso, a parte pedagógica também está passando por reformas”.
No Brasil, das 1.793 instituições avaliadas em 2009, entre elas universidades, faculdades e centros universitários, apenas 25 obtiveram nota máxima, sendo 15 públicas e 10 particulares. Em Goiás, das 67 instituições, apenas duas alcançaram a nota 4, a Universidade Federal de Goiás (UFG) e o instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), ambas públicas. Segundo o MEC, as instituições que receberam nota 2 e a Faculdade de Piracanjuba podem receber punição por ter somado média mínima.
O ICG é um indicador que leva em conta a nota dos alunos no Enade – exame federal, a qualidade do corpo docente, infraestrutura e programa pedagógico. É dividido em universidades, centros universitários e faculdades, pois o MEC considera que as características de cada instituição são muito diferentes. A escala vai de 1 a 5 e as instituições que obtiveram notas 1 e 2 – consideradas ruins – ficam sob supervisão do MEC. Caso não consigam sanar as deficiências, podem ter o vestibular suspenso, diminuição no número de vagas oferecidas ou podem até perder o credenciamento dos cursos.
Apenas 1,2% das instituições de ensino superior do País alcançou a nota 5, a mais alta IGC. A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não participam da avaliação do Ministério da Educação (MEC), por terem autonomia universitária e discordarem da metodologia. O ministro da Educação, Fernando Haddad, tentou afastar a idéia de que poucas instituições ofertam ensino de qualidade. “O sistema é referenciado. Isso significa que sempre haverá parte das instituições com nota 1 e 2.”
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