sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Se fosse hoje a nota seria 3", afirma Diretor da FAP

Mudança na direção é apontada como causa de nota mínima da FAP

Nova direção informa que vários investimentos foram feitos, mas a avaliação do MEC corresponde a situação da instituição no ano de 2009. “Se fosse hoje garanto que a nota não seria menos que três”, informa diretor Milton Justos.

A Faculdade de Piracanjuba (FAP) esteve em destaque no último dia 14 de janeiro ao ser a única do Estado de Goiás a receber nota 1 no IGC (Índice Geral de Cursos), que considera a qualidade dos cursos de graduação e de pós-graduação no Brasil. A maioria das instituições de Goiás avaliadas receberam nota 2, mas o destaque ficou com a FAP que foi a única que recebeu nota mínima. Nenhuma instituição de ensino superior do Estado de Goiás atingiu 5, nota máxima. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O diretor da FAP, Milton Justus, informou que foi feita uma mudança na coordenação da Faculdade. “Foram contratados dois novos coordenadores com uma titulação melhor dos que nós tínhamos para que eles possam nos ajudar no desenvolvimento dos projetos pedagógicos, mas tomamos essa decisão não apenas por um fato isolado mas porque isso faz parte de um projeto que estamos desenvolvendo desde 2009”.

Segundo Justus, quando a FAP foi vendida, o alunado estava completamente desestimulado por uma situação em que não se sabia se fecharia ou se seria vendida. “Isso tudo refletiu, mas com a nossa chegada fizemos um trabalho diferenciado, trouxemos professores de fora, determinamos as coordenações que fossem firmes com a aplicação dos projetos pedagógicos e se fosse avaliado hoje a nota seria três, eu não tenho duvida”.

Também proprietário da Faculdade Albert Einstein, em Brasília, Milton Justos, revelou que também recebeu a informação sobre a nota da FAP no IGC através da imprensa. “Claro que recebemos com pesar, entretanto é necessário ressaltar que essa avaliação corresponde ao período de 2009 e a nova gestão se deu a partir do mês de abril deste ano, sendo que só assumimos a parte acadêmica em agosto. Essa nota não é o reflexo do trabalho que estamos desenvolvendo na faculdade”, disse o diretor.

Segundo Justus, a FAP foi prejudicada pela forma como a informação foi publicada na imprensa. “Nota 1 e 2 é a mesma coisa, 34 instituições obtiveram nota 1 e 2 e todas estão na mesma situação da FAP”. Segundo o diretor, é importante ressaltar que após assumir a administração da FAP, a nova direção tomou todas as medias necessárias para melhoria da qualidade do ensino. “Todas as instituições com nota 1 e 2 terão atenção maior por parte do MEC, que irá cobrar providências para reverter a situação. O MEC vai olhar, por exemplo, a estrutura, as condições de oferta de ensino, o regime de trabalho, a titulação do corpo docente e os projetos pedagógicos. E tudo isso nós já vínhamos fazendo desde 2009, não apenas a parte física, sala de aula e equipamentos, mas também a parte acadêmica”.

Ainda sobre a nota no IGC, Índice Geral de Cursos, Milton explica que muitas vezes não existe um comprometimento do aluno de fazer uma boa prova porque o que está em jogo é a instituição que ele está levando para o resto da vida, na hora de escolher os alunos para fazer a prova de avaliação, o MEC não leva em consideração se o aluno escolhido é um estudante comprometido ou não. “Nós estamos rechaçando de forma veemente a metodologia da aplicação deste exame”, declara Justus adiantando que não fará o questionamento de forma isolada. “Vamos fazer junto ao Sindicato das mantenedoras e faculdades particulares”.

Segundo o diretor, a imagem da instituição está prejudicada, entretanto, afirma que: “da nossa chegada até os anos que se seguem nosso projeto é de melhorias constantes. Para ficar muito claro nosso objetivo é consolidar os cursos existentes, também temos a proposta de abrir novos cursos, queremos transformar a FAP e fazer de Piracanjuba uma referência no campo educacional. A Faculdade passa por uma constante mudança, vamos construir um auditório e um ginásio de esportes e tudo está dentro de um cronograma de trabalho que estamos fazendo. Além disso, a parte pedagógica também está passando por reformas”.

No Brasil, das 1.793 instituições avaliadas em 2009, entre elas universidades, faculdades e centros universitários, apenas 25 obtiveram nota máxima, sendo 15 públicas e 10 particulares. Em Goiás, das 67 instituições, apenas duas alcançaram a nota 4, a Universidade Federal de Goiás (UFG) e o instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), ambas públicas. Segundo o MEC, as instituições que receberam nota 2 e a Faculdade de Piracanjuba podem receber punição por ter somado média mínima.

O ICG é um indicador que leva em conta a nota dos alunos no Enade – exame federal, a qualidade do corpo docente, infraestrutura e programa pedagógico. É dividido em universidades, centros universitários e faculdades, pois o MEC considera que as características de cada instituição são muito diferentes. A escala vai de 1 a 5 e as instituições que obtiveram notas 1 e 2 – consideradas ruins – ficam sob supervisão do MEC. Caso não consigam sanar as deficiências, podem ter o vestibular suspenso, diminuição no número de vagas oferecidas ou podem até perder o credenciamento dos cursos.

Apenas 1,2% das instituições de ensino superior do País alcançou a nota 5, a mais alta IGC. A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não participam da avaliação do Ministério da Educação (MEC), por terem autonomia universitária e discordarem da metodologia. O ministro da Educação, Fernando Haddad, tentou afastar a idéia de que poucas instituições ofertam ensino de qualidade. “O sistema é referenciado. Isso significa que sempre haverá parte das instituições com nota 1 e 2.”

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